sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Continuaçao de "Sonho Real"

...Abri os olhos e reparei que já era de dia e levantei-me lembrando-me do sonho ridiculo que tivera na noite anterior. Ouvi alguém a bater á porta

- Nádia estás acordada filha?

- Sim mãe vou agora preparar-me. Fica descansada. - ouvi a minha mãe a descer. Adoro a minha mãe sempre falavamos de tudo, conto tudo o que me acontece desde amoroso a trágico. Mudamos de casa desde que o meu pai falecera há 3 meses, não se sabe como. Não percebo, só as más pessoas é que têm direito de viver? E as boas pessoas como meu pai acabam sempre de esta forma, é tão injusto! Eu via a minha mãe a chorar no quarto não aguentava a angonia de a ver com aquelas lágrimas mas eu sei que um dia haveriam de deixar de cair e que o sol um dia ia brilhar sorridente para nós. Então foi ai que decidimos mudar de casa, só nós duas, deixar o passado para traz para ter um futuro brilhante. Hoje é o meu primeiro dia de aulas a partir de hoje tenho de acordar ás seis e meia para poder chegar á escola a tempo (tenho de apanhar o comboio e o metro como não tenho carro nem carta de condução). Tirando o meu pijama e ligo a torneira logo de seguida, olho-me no espelho - "nunca vi umas olheiras deste tamanho, maldito sonho." Entrei para dentro da banheira e senti a água fria a correr pelo meu corpo. Agarrei no shampoo e pus um bocado na mão e levei ao meu cabelo ruivo e comprido, perguntando-me como conseguia usar este cabelo tão comprido com este calor. Esfreguei com força e depois tirei o shampoo com agua, lavei o corpo com sabonete liquido com cheiro a amora e voltei a tirar o sabonete.

Sai da casa de banho com a toalha e fui ao guarda-roupa procurar o que vestir, já não tinha paciência para escolher o que vestir - "já vesti de tudo já não consigo ter mais imaginação!" escolhi uma roupa ao calhas e desci até á cozinha onde a minha mãe estava a preparar torradas para o pequeno almoço.

- Preciso de comprar roupa nova mãe, já não suporto aquele guarda-roupa - disse sentando-me na mesa da cozinha onde ela pôs uma torrada um pouco queimada e começando a comer.

- Depois da escola vamos as duas juntas, filha não te esqueças que depois vais ter de me contar o dia estou tão nervosa por ti minha querida, não sei como não estás nervosa! Vais mudar de escola! Novos colegas! Novos professores! - Olhei para ela rindo-me do seu pânico.

- Tem calma mãe, vai correr tudo bem, espera não devias ser tu a dizeres-me isto? - disse ironicamente rindo as duas e a mesma sentou-se na cadeira ao lado.

- Já sabes como sou. - levou uma torrada a boca e falou a mastigar - bem planos para hoje? - Disse tirando uma lista do bolso começando a ler - arranjar emprego para a tua mãe porque precisa de tempo livre, ainda temos muito dinheiro de reserva, sobrevivemos até arranjar emprego - levei o ultimo bocado de torrada a boca e levantei-me e dando um beijo na testa de minha mãe.

- A tua filha agora vai ter de ir para a escola e ser a melhor de elas todas, adoro-te! - sai da porta da cozinha e subi as escadas a correr para buscar a mala, olhei-me no espelho lembrando-me da pobre rapariga com que tinha sonhado. Lembrei-me do quanto ela chorava e berrava, fechei os olhos e abanei a cabeça para esquecer de tudo afinal era só um mero sonho.

...

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